MATÉRIAS
Frutose

Dr. André Luiz Maynart®, Endocrinologia, Brasil
14 Maio 2018
Faz mal à saúde?
“Coma mais frutas”. Se antes essa recomendação era bem aceita, hoje grande parte das pessoas fica confusa. “Afinal, fruta faz mal?”. É bem provável que essa confusão se dê pelo fato de que a fruta é rica em frutose (açúcar) que, em excesso, pode trazer alguns malefícios à saúde. Mas calma lá. Isso não significa que você não possa comer frutas, muito pelo contrário, elas podem inclusive ajudar a promover mais saciedade, diminuindo as chances de ingerirmos mais calorias.
Sob o ponto de vista evolucionista, a fruta é nosso alimento há milhões de anos, ou seja, nosso corpo está adaptado e é perfeitamente capaz de absorvê-la, com exceção das pessoas que possuem intolerância à frutose.
Mas a realidade é um pouco mais amarga. O consumo de frutose precisa ser moderado, mesmo sendo proveniente da fruta. Mas o mais alarmante está na frutose adicionada aos produtos que consumimos. O açúcar de mesa, por exemplo, é composto de 50% de frutose e 50% de glicose. Sem falar dos xaropes de milho e agave que passam despercebidos pelo consumidor que desconhece ou esquece de verificar os ingredientes no rótulo.
“Ok, doutor, mas por que a frutose faz mal?”. Bom, enquanto a glicose pode ser utilizada por praticamente todas as células de nosso corpo, a frutose primeiramente é metabolizada no fígado e só depois convertida em glicose. E o risco está sempre no excesso, pessoal. Uma dieta altamente calórica e rica em frutose pode sobrecarregar o fígado e, consequentemente, a frutose excedida é transformada em gordura.
Infelizmente, a longo prazo, as consequências podem ser bem mais deletérias, são elas:
– Pode aumentar os níveis do colesterol total, levando ao acúmulo de gordura ao redor dos órgãos e potencialmente a doenças cardíacas;
– Causam deposição de gordura no fígado, levando potencialmente à doença hepática gordurosa não alcoólica;
– Causa resistência à insulina, que pode levar à obesidade e diabetes tipo II;
– O consumo excessivo de frutose pode causar resistência à leptina, prejudicar a regulação da gordura corporal e contribuir para a obesidade, etc.
Se você chegou até aqui e bateu um “medinho” de consumir frutas, fique tranquilo, pois você não precisa (e nem deve) parar de apreciá-las. O “segredo” está em fazer boas escolhas e utilizá-las de forma inteligente e, claro, contar com um acompanhamento que te oriente da melhor forma.
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