MATÉRIAS

Dia Mundial do Diabetes

Dr. André Luiz Maynart®, Endocrinologia, Brasil

14 Novembro 2017

Entenda um pouco sobre uma das doenças crônicas que mais crescem no mundo.

Projeções apontam que até 2050, um a cada três americanos desenvolverá diabetes tipo 2. Sem dúvida, quando traduzido em números, o cenário da saúde mundial fica ainda mais preocupante. A essência da minha prática médica é prevenir e, neste propósito, não posso deixar de repetir incansavelmente: cedo ou tarde, os maus hábitos cultivados durante anos virão cobrar a conta. E essa conta muitas vezes é alta, como o surgimento de uma doença crônica.

O diabetes mellitus, embora em alguns casos seja facilitado por uma pré-disposição genética, é um bom exemplo do que um estilo de vida ruim pode causar ao nosso organismo. Para explicar melhor a fisiopatologia dessa doença e como ela se desenvolve, vamos exemplificar com um paciente que não se alimenta corretamente.

Assim que o mesmo ingere um alimento de alta carga glicêmica, o nível de açúcar no sangue sobe (assim como aconteceria com qualquer outro alimento). Imediatamente o pâncreas é estimulado a aumentar a produção do hormônio insulina, que se encarrega de levar esta glicose a outros tecidos, como nos músculos, em forma de glicogênio. Dessa forma, o nível de glicose no sangue diminui e tudo se estabiliza novamente.

No entanto, toda essa sincronia no nosso organismo pode ser rompida através de uma má alimentação. Em outras palavras, a manutenção de uma dieta inadequada desencadeia uma resistência insulínica que, sem o devido tratamento, progride para o diabetes, caracterizado por uma hiperglicemia e alterações na produção/secreção de insulina.

“E se eu já possuo a doença?”. Calma! Sempre há tempo para mudar e já existem estudos que demonstram como – em alguns casos – é possível reverter o diabetes. Uma recente pesquisa, por exemplo, realizada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, sugeriu que uma dieta restrita em calorias pode reverter o diabetes tipo 2. O estudo ainda precisa ser testado em humanos e ainda temos um longo caminho para entender as formas de “curar” doenças crônicas.

O que você pode fazer hoje é: não adiar os cuidados com a sua saúde, saber que não existe “tarde demais” e sempre ter um acompanhamento especializado.

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